Que tal um Peixe esse fim de semana?!

14/09/2012 11:55

Diversas são as formas de consumi-lo, assado, frito, grelhado, ensopado e até mesmo cru, entretanto muitos ainda torcem o nariz quando o cardápio é Peixe. O Brasil detentor de uma costa de 7.408 km, que aumenta para 9.198 km se considerarmos as saliências e as reentrâncias ao longo do litoral, contribuiu em 2009 segundo dados do Ministério da Pesca com 0,86% do total produzido no mundo, classificando-o como 18° no ranking geral dos maiores produtores de pescado do mundo.

Enquanto nossa participação no mercado mundial é frustrante o nosso consumo tem alcançado resultados positivos, no ano de 2009 cada brasileiro comeu em média 9 quilos de peixe, conferindo um aumento de 40% em relação ao consumo verificado em 2003.

Além disso, este aumento deixou-nos mais próximos de atingir o consumo ideal de peixe estipulado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) que é de 12 quilos habitante/ano e do consumo mundial de 16 quilos habitante/ano.

Os excelentes resultados obtidos são reflexos dos incentivos oferecidos pelo governo federal, através da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República (SEAP/PR). O objetivo do programa é incentivar o consumo regular de pescado orientando o consumidor sobre espécies, qualidade e compra de peixes e criar condições para o desenvolvimento da cadeia produtiva. Para tal existe desde 2003 a semana do peixe. Neste ano a semana do peixe ocorrerá de 3 a 17 de setembro

           Mas por quer comer Peixe?

O peixe é uma rica fonte de proteína de alta qualidade nutricional, com baixo teor de gorduras (20% ou menos), fonte de ácidos graxos poliinsaturados da série ômega 3 (ω-3), minerais (cálcio e potássio) e vitaminas, especialmente as do complexo B. Devido a sua rica composição nutricional vários estudos têm comprovado seus benefícios a saúde, quando, claro, consumidos como parte integrante da dieta diária. Os dois ácidos graxos ômega 3, o ácido eicosapentaenoico (EPA) e o ácido docosahexaenóico (DHA) presente em peixes como sardinha, atum, salmão e bacalhau, estão relacionados a benefícios a saúde física e mental.

Pesquisas comprovam que o ácido α- linolênico (ω-3) beneficia o coração através da modulação plaquetária (reduz risco de infarto e derrame), redução dos níveis de triglicerídeos e colesterol ruim, promove o desenvolvimento cognitivo e reduz a incidência de doenças neurodegenerativas como Alzheimer, além de possuir ação antinflamatória, modulando as prostaglandinas inflamatórias, tromboxanos e leucotrienos.

Além do ω-3, as proteínas presentes no peixe também são benéficas a nossa saúde. Inclusive, devido a sua alta digestibilidade estão mais biodisponíveis ao nosso organismo do que as proteínas presentes na carne vermelha e de frango. Pesquisas com os peptídeos bioativos e hidrolisados proteicos extraídos do peixe têm exibido excelentes resultando em relação à redução de doenças cárdicas crônicas e atividade anticâncer e anti-inflamatória.

Por todos estes motivos aqui esclarecidos, não deixem de comer peixe, receitas e meios de adquiri-los não são mais hoje desculpas para não consumi-los.

Fúvia de Oliveira Biazotto
Bacharel e Licenciada em Ciências Biológicas (ESALQ-UP)
Mestranda em Ciência e Tecnologia de Alimentos (ESAL-USP)
Sob orientação: Profª. Drª. Jocelem Mastrodi Salgado

 

Referências:

https://www.vivamar.org.br/noticias.php?id=83

https://www.mpa.gov.br/index.php/informacoes-e-estatisticas/estatistica-da-pesca-e-aquicultura

https://blog.planalto.gov.br/consumo-de-peixe-no-brasil-se-aproxima-do-ideal-estipulado-pela-oms/

Ross RP, Stanton C. Marine Bioactives as Functional Food Ingredients : Potential to Reduce the Incidence of Chronic Diseases. Marine Drugs. 2011:1056-1100.

Gebauer SK, Psota TL, Harris WS, Kris-etherton PM. W-3 Fatty acid dietary recommendations and food sources to achieve essentiality and cardiovascular benefits 1 – 3. American Journal of Clinical Nutrition. 2006; 83(May 2005):1526-1535.

Lewis MD, Bailes J. Neuroprotection for the warrior: dietary supplementation with omega-3 fatty acids. Mil Med. 2011 Oct;176(10):1120-7.

Fonte da imagem: https://vovocarvalho.blogspot.com.br/2012/02/bacalhoada-tradicional.html

                           https://japanhinomaru.blogspot.com.br/2012/02/comida-tradicional-japonesa.html

                           https://ehagoracomofaz.blogspot.com.br/2012/01/como-deixar-o-peixe-frito-mais-crocante.html