Vinho: um brinde a saúde

08/11/2012 13:13

O vinho é uma das bebidas alcoólicas mais sofisticadas e apreciadas devido a peculiaridade de seu sabor e aroma. Existem registros indicando que nossos antepassados já utilizavam o vinho como remédio para o corpo e alma há pelo menos 2000 anos.

O vinho é um produto obtido pela fermentação de uvas. Nesse processo ocorre a transformação do açúcar presente nas uvas (uvas frescas ou de mostos de uva) em álcool, por microorganismos, como as leveduras.

Doze regiões vinícolas brasileiras são responsáveis pela produção de vinhos, sucos de uva e derivados. A maior concentração desta produção ocorre no Rio Grande do Sul, onde são elaborados 350 milhões de litros de vinho e mosto como média anual, representando 90% da produção nacional. Cerca de 20% da produção são de uvas viníferas, e 80% de uvas americanas, como Concord e Isabel, e híbridas, como a Seibel.

O vinho possui um alto teor alcoólico, cerca de 12 %, quando comparado as cervejas que estão entre 4% a 6% e os uísques e as aguardentes com teores entre 40%.  e 50%.                    

Quem nunca ouviu dizer que duas taças de vinho por dia pode prolongar sua vida? De fato, as pesquisas estão comprovando os benefícios do vinho, mas é importante não ver nesses resultados um possível incentivo ao abuso do álcool.

Os benefícios do vinho estão relacionados ao aumento de expectativa de vida, prevenção de doenças cardiovasculares, de câncer e outras ações protetoras para o organismo.

Os compostos responsáveis pelas ações benéficas ao organismo são os compostos fenólicos. Dentre estas substâncias temos o resveratrol, uma substância natural presente nos vinhos, presentes em maior quantidade nas uvas tintas (1,5 mg/L) do que nas brancas (0 mg/L).   Os vinhos tintos no Brasil apresentam cerca de 0,82 a 5,75mg.L de trans-resveratrol, com um valor médio de 2,57mg/L.O resveratrol possui atividade antioxidante, anti-inflamatória, anticancerígena, neuroprotetora, anti-agregante plaquetária e anti-alergênica.

A atividade antioxidante do resveratrol ocorre através da inibição da atividade dioxigenase da lipoxigenase. Tal composto pode também atuar de modo similar ao estrogênio e o substituir parcialmente nos tratamentos pós-menopausa.

Além disso, o resveratrol reduz a oxidação do LDL, o que ajuda a diminuir o LDL (colesterol ruim), aumentando o HDL (colesterol bom) no sangue pela atuação nas placas de gordura das artérias, evitando a formação dessas placas na corrente sanguínea, sendo assim previne doenças cardiovasculares. Muitos estudos também mostraram, que o resveratrol impede o estresse oxidativo nas células, e com isso ajuda a retardar o envelhecimento.

Outras substâncias também presentes no vinho tinto são as catequinas e o ácido gálico. Em nosso organismo elas atuam como antioxidantes, impedindo a formação de radicais livres, famosos íons responsáveis pelo processo de envelhecimento. Ademais podem também atuar na inibição de processos neoplásicos.

 Além de todos esses benefícios devido aos compostos bioativos, o vinho ainda possui nutrientes como carboidratos, vitaminas e minerais (potássio, cobre, zinco, flúor, magnésio, entre outros) provenientes da uva.

Mas você deve estar se perguntando, como consumir? Como saber o que é excesso?

 

Dois cálices de vinho por dia são suficientes para a obtenção dos benefícios. O consumo de uvas in natura, e o suco de uva natural também podem ser tão benéficos quanto o vinho. A dica desta reportagem é que você aproveite e consuma essa incrível bebida milenar que além de trazer benefícios á saúde, nos proporciona prazer. E lógico, beba sempre com moderação, pois em excesso de vinho pode trazer riscos relacionados ao alcoolismo, como cirrose ou até a morte. 

 

Jéssica Bomtorin Aranha
Graduanda em Ciência dos Alimentos
Sob orientação: Profª. Drª. Jocelem Mastrodi Salgado

 

 

Referências

SALGADO, Jocelem Mastrodi: Faça do alimento o seu medicamento: previna doenças. São Paulo: Ediouro, 2008.

PENNA, N. G.; HECKTHEUER, L. H. R. Vinho e saúde: uma revisão. Infarma, v. 16, n. 1-2, p. 64-67,2004.

Mamede, MEOP, Gláucia M. Compostos Fenólicos do Vinho: Estrutura e Ação Antioxidante. B.CEPPA, Curitiba, v.22, n.2, p.233-252,jul./dez.2004.

Brunello T, Campos T, et al. Uvas e vinhos como alimentos funcionais. NutriMais. Disponível em https://www.nutrimais.com/nutri/trabalho/uvas_vinhos.asp.