16/10/2012 13:29
As vitaminas são consideradas como nutrientes orgânicos essenciais, que em pequenas quantidades agem sobre o metabolismo, auxiliam no crescimento, reprodução e bem-estar físico do organismo. Esses nutrientes podem ser obtidos via dieta ou suplementação, uma vez que não são sintetizados no corpo em quantidades inadequadas.
As vitaminas são divididas em duas subcategorias: lipossolúveis e hidrossolúveis. As vitaminas lipossolúveis, A, D, E e K são armazenadas nos tecidos adiposos e liberadas conforme requisitado. Diferentemente das vitaminas lipossolúveis as hidrossolúveis, como o complexo B e a vitamina C, não são retidas no organismo, daí a necessidade de serem repostas diariamente.
Hoje vamos falar um pouco mais a respeito da Vitamina E (Tocoferol). Em nosso organismo essa vitamina lipossolúvel age de duas formas principais: como antioxidante, isto é, reduzindo danos oxidativos celulares causados pelos radicais livres. E exercendo atividade imune, prevenindo infecções, principalmente durante e depois da realização de exercícios físicos intentos.
Apesar de suas propriedades benéficas, essa vitamina tem sido motivo de inúmeras discussões devido aos contrastes de resultados obtidos. Quando avaliado a sua capacidade de reduzir o risco de câncer, alguns estudos confirmam suas propriedade anti-câncer, no entanto, outros afirmam que ela não proporciona esse benefício, e ressaltam que inclusive a presença de vitamina E poderia estimular a proliferação das células cancerosas.
Para esclarecer essa questão cientistas da Rytgers – The State University of New Jersey, nos Estados Unidos, sugeriram uma explicação: de acordo com suas pesquisas a vitamina E pode ser encontrada sobre 3 formas no nosso organismo. Duas delas têm ação protetora, a gama e a delta-tocoferol. Já o alfa tocoferol, não apresentou nenhuma ação benéfica sobre a saúde.
Interessantemente é que as formas benéficas à saúde (gama e delta-tocoferol) são encontradas em alimentos como a soja, óleo de canola, milhos e nozes. Já o alfa-tocoferol é amplamente utilizado como ingrediente de suplementos vitamínicos.
Uma pesquisa realizada com 35 mil homens nos Estados Unidos, no Canadá e em Porto Rico por um período de aproximadamente 5 anos evidenciou um aumento na ocorrência de câncer de próstata entre os indivíduos que consumiam vitamina E em forma de capsula.
Ressaltar-se que neste estudo a dose diária ingerida foi maior do que a dose recomendada e que interferentes como a genética e hábitos alimentares podem também terem contribuído para os resultados encontrados. O que não permite afirmar com 100% de confiabilidade que os suplementos são os responsáveis pelo aumento do índice de câncer de próstata em homens.
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para que uma pessoa viva bem, a ingestão diária de vitamina E deve ser de aproximadamente 10 miligramas por dia. A deficiência dessa vitamina no organismo é muito rara, acontecendo somente em indivíduos que possuem dificuldade de absorver gordura ou possuem alguma alteração genética.
Os cientistas demostraram que a vitamina E presente em alimentos como óleos vegetais possuíram ação preventiva contra o câncer, evidenciando que a suplementação dessa vitamina é desnecessária. Diante disso, é possível afirmar que uma forma indiscutivelmente segura e eficiente é o consumo de vitamina E advindo da alimentação balanceada, com a ingestão principalmente de nozes, legumes, oleaginosas e carnes.
Patrícia Bachiega
Farmacêutica-UFMT
Mestranda em Ciência e Tecnologia de Alimentos
Sob orientação: Profª. Drª. Jocelem Mastrodi Salgado
Referências:
A melhor vitamina E está no prato. Revista Saúde. Editora Abril. n. 352, p. 40-41. 2012.
Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Consulta Pública nº 80, de 13 de dezembro de 2004.
FAO/OMS. Human Vitamin and Mineral Requirements. In: Report 7ª Joint FAO/OMS Expert Consultation. Bangkok, Thailand, 2001
Fonte da Imagem: https://www.mistipsdebelleza.net/2012/04/19/los-beneficios-de-la-vitamina-e-en-el-cutis/vitamina-e-2/
